Foram retomados no início desta semana os trabalhos de reforma e revitalização da Praça D. Pedro II, no centro histórico de Belém. A obra, orçada em R$ 1,8 milhão, vai resgatar os traços originais desse patrimônio arquitetônico, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A previsão, segundo a Secretaria Municipal de Urbanismo, é que a praça seja entregue à população no final do mês de agosto.
“Era mais uma obra que estava parada desde dezembro de 2020. Reunimos com a empresa, fizemos uma auditoria e chegamos a um consenso para a finalização dessa obra que resgata uma parte importante da história de Belém, junto com a Praça do Relógio, que já entregamos. O compromisso da empresa contratada é concluir os trabalhos até final de agosto”, explica o diretor de Obras Civis da Seurb, Edilberto Abreu.
Vinte e um operários estão trabalhando nessa primeira fase, que inclui roçagem, paisagismo e limpeza dos monumentos, número que deve chegar a 45 com o avanço da obra. “Nós acompanhamos os trabalhos que devem ser feitos com a dedicação que o patrimônio exige, porém cumprindo o novo cronograma acertado com a construtora. Nosso compromisso é entregar uma praça recuperada e com um ambiente acolhedor”, garante Marco Bessa, engenheiro da Seurb, responsável por fiscalizar a obra.
História – Urbanizada no início do século XX, na administração do Intendente Antônio Lemos, a Praça D. Pedro II faz parte do conjunto arquitetônico do centro histórico de Belém. O paisagismo, com caminhos internos sinuosos, remete ao modelo de jardim inglês contrastando com a exuberante flora amazônica. Já o calçamento localizado ao redor do monumento central, em homenagem ao General Gurjão, assim como ao redor da praça, é todo feito com mosaicos de pedras portuguesas. Além do monumento central, a praça guarda ainda o marco balizador luso-hispânico e os monumentos em homenagem ao marinheiro brasileiro e ao soldado brasileiro e ainda a charmosa edificação da Casa da Guarda. “Entregar a Praça D. Pedro revitalizada com o cuidado necessário para resguardar sua originalidade histórica é um compromisso de nossa gestão, porque este logradouro guarda momentos importantíssimos da nossa história, é uma praça que expressa características urbanas que desafiam a modernidade como os permissionários engraxates, por exemplo, uma tradição a ser mantida”, afirma o secretário de urbanismo de Belém, Deivison Alves.
A Praça D. Pedro II está inserida no Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico dos Bairros da Cidade Velha e Campina, tombada pela União (Portaria MINC nº 54/2012 publicada no DOU nº 90 d4e 10 de maio de 2012). É também parte integrante do Centro Histórico de Belém, protegida por tombamento municipal (Lei Orgânica do Município, de 30/03/1990, Lei nº 7401 de 29/01/1988, Lei nº 7603 de 13/01/1993 e lei nº 7709 de 18/05/1994.
Texto:
Cristina Nascimento