A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria de Urbanismo (Seurb), iniciou recentemente as obras de revitalização da Feira do Açaí. O lugar é um entreposto comercial público, uma feira-livre ao céu aberto de comercialização do açaí, uma zona portuária de pequeno porte e, um conjunto de lanchonetes, que faz parte do Complexo do Ver-o-Peso, localizado às margens da baía do Guajará, na Cidade Velha.
Para João Pinheiro, 28 anos, que mora no bairro do Guamá e trabalha com a distribuição e atacado de coco verde na área da Feira do Açaí, há 20 anos, a expectativa com as ações de revitalização é grande.
“Lutamos por isso e esperamos que nossas demandas sejam atendidas pelo governo. Estamos depositando nossa confiança no governo, que está se esforçando para fazer um bom trabalho. As obras vão suprir grande parte das nossas necessidades, que é ter equipamentos bons para oferecer qualidade e conforto melhor aos nossos clientes. Isso vai ajudar nosso principal ponto turístico”, afirma.
Para o vendedor de frutas, Jorge da Silva, 76 anos, que trabalha na Feira do Açaí há meio século, a infraestrutura no lugar está ruim e precisa de reforma.
“Olha como está feio, sujo, a Prefeitura está pelejando, trabalhando aí na reforma. Isso vai melhorar nossas vendas, porque onde tem limpeza e higiene tudo vai, onde tem sujeira não pode”, diz Jorge, que mora na Marambaia, e possui filhos que também trabalham no entorno da feira.
Segundo o Departamento de Obras Civis da Seurb, a Feira do Açaí terá a revitalização de toda sua via em paralelepípedo, o calçamento de pedestres com pedras em lioz, a iluminação moderna com LED e especial, além da recuperação de todos os quiosques.
Revitalização é contemplada no projeto de ampla reforma do Complexo
O secretário de Urbanismo de Belém, Lélio Costa, destaca que a revitalização da Feira do Açaí faz parte da ampla reforma do Complexo do Ver-o-Peso, um dos mais simbólicos e importantes pontos turísticos da cidade, realizada pela gestão municipal rumo à Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP-30), a COP-30, que ocorrerá em novembro em Belém.
“Todo o Complexo do Ver-o-Peso, composto por 25 mil metros quadrados, integra uma das principais obras preparatórias de Belém para a COP-30. O prefeito Edmilson Rodrigues determina que esta obra, o Mercado de São Brás, o canal São Joaquim e o Centro de Bioeconomia sejam prioritárias, com investimentos do Governo Federal, via Itaipu Binacional, que assegurou o repasse para a administração municipal de R$ 350 milhões para investimento em obras na cidade. Destes, R$ 64 milhões para o Complexo”, explica Lélio Costa.
A ampla reforma do Complexo contempla também o Mercado de Carne, Mercado de Peixe, Pedra do Peixe, Feira Tradicional e a Ladeira do Castelo, a qual já está concluída.
Feira provisória da praça do Relógio está concluída em mais de 90%
Para o avanço das obras na Feira do Açaí, os trabalhadores do lugar serão remanejados em breve para a feira provisória, que possui 94 bancas e está com mais de 90% das obras concluídas. Está localizada próximo à praça do Relógio, em frente às casarias, na Doca do Ver-o-Peso, na avenida Portugal.
“Estamos no aguardo e à disposição da Prefeitura para nos mudarmos para a feira provisória para que agilizem as obras. Colaboramos em tudo para que os trabalhos sejam tranquilos e bons para todos. Acreditamos que a Prefeitura e a gente têm a intenção de mostrar para todos na COP-30 que somos referência na Amazônia. Vamos aguardar e depositamos nossa confiança no governo”, ressalta o vendedor João Pinheiro.
“Quando for a hora de ir pro lugar provisório, eu vou, estou cadastrado no serviço e quero que saia a reforma da Feira do Açaí. Trabalho aqui há 50 anos e nesse tempo já ocorreram aqui três reformas. A Prefeitura disse que cada um terá seu lugar para trabalhar e acredito nisso”, conta Jorge Leonardo da Silva, que vendia castanha, laranja e banana, na manhã desta sexta-feira, 21.
A Secretaria Municipal de Economia (Secon) divulgou dados atualizados sobre a organização da Feira do Açaí, destacando a existência de 98 permissionários e 123 equipamentos regularizados distribuídos entre diferentes setores.
Segundo o levantamento oficial, a feira conta com 62 permissionários no setor de Hortigranjeiro, 11 no de Farinha, 10 no setor de Lanches e 4 na Mercearia.
ESTRUTURA – O projeto das Feiras Provisórias é construído dentro das normas técnicas de segurança e de acordo com o que o Corpo de Bombeiros condicionou à Seurb, como como tintas antichamas e pisos emborrachados.
Elas são feitas de tendas suspensas, para não oferecer risco de quebrar os pisos, para que a tubulação passe entre o piso e a pavimentação. É garantida a instalação elétrica, hidráulica e a acessibilidade da população, com rampa e guarda-corpo.
Texto: Cleide Magalhães/Ascom Seurb
Fotos: Cleide Magalhães, Marcelle Andrade e Juliane Castro/Ascom Seurb.