Palácio Antônio Lemos será entregue no aniversário de Belém todo restaurado

• Atualizado há 11 meses ago

Um dos imóveis mais emblemáticos da história de Belém, patrimônio histórico e arquitetônico da capital paraense, o suntuoso Palácio Antônio Lemos será reaberto ao público da cidade na semana do aniversário de Belém, que ocorre dia 12 deste mês de janeiro. 

O palácio será entregue à população revitalizado e completamente restaurado pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), que voltará a abrigar a sede da Prefeitura e o Museu de Arte de Belém (Mabe).

Após diversas etapas, o espaço recebeu inúmeros serviços de restauro e recuperação, assim como a modernização dos sistemas de segurança, elétrico e contra incêndios. A obra custou aos cofres municipais cerca de R$ 26 milhões.

“Vamos dar ao povo de Belém esse grande presente, que é o Palácio Antônio Lemos totalmente reformado e recuperado. Viva a memória e a arquitetura histórica de Belém”, declarou o prefeito Edmilson Rodrigues durante a vistoria ao prédio, em final de obra.  

No início do seu terceiro mandato como prefeito em 2021, quando a cidade completava 404 anos, Edmilson Rodrigues constatou a situação do palácio. “Visitei essa joia de nossa arquitetura e fiquei extremamente chocado com  seu grau de deterioração e risco de perdas irreversíveis, situação essa que de tão vergonhosa devia ser superada. Então, apesar das dívidas herdadas, da pandemia da covid-19 e do esvaziamento dos programas federais (PAC dos Centros Históricos etc.), decidi que uma das prioridades máximas do nosso mandato seria salvar, essa arquitetura singular”, explica. 

Programação especial

O titular da secretaria de Urbanismo, Deivison Alves, afirma que é impossível entrar no Palácio Antônio Lemos e não se emocionar com o trabalho que foi feito. “Lembro quando entrei aqui com o prefeito Edmilson Rodrigues, no primeiro dia de gestão em 2021. O prédio estava completamente abandonado. Realizamos um excelente trabalho, que vai ficar para as próximas gerações conhecerem”, informa Alves.

Ele ressalta que, além de devolver um prédio restaurado, com respeito às características históricas, a obra também assegurou um prédio modernizado, com redes de dados, lógica, tv, combate a incêndio e alarmes de intrusão, em forro e abaixo do forro.

Joia – “O Palácio Antônio Lemos é uma joia rara para nosso centro histórico. Quando recebemos esse desafio de recuperar e restaurar,  eu particularmente fiquei muito orgulhoso de fazer parte desse projeto, em saber que estou contribuindo para atual e as futuras gerações contemplarem a nossa história”, disse o engenheiro responsável pela obra, Charles Aragão.

Ele explica que em 2021 foi iniciada a atualização do mapeamento de danos, também foram catalogados piso a piso para que os trabalhadores pudessem iniciar a obra. “Além de preservar a construção original, tivemos que realizar algumas adaptações técnicas para garantir a vida útil do prédio, como o reforço estrutural nas peças de sustentação dos pisos do primeiro pavimento, inclusão de detecção de fumaça, alarme de intrusão, sonorização e implantação de audioguias”.

“Ver o Palácio Antônio Lemos todo restaurado é emocionante. O palácio já faz parte da minha vida profissional, pode ter certeza que não medimos esforços, dedicação, amor e respeito no processo construtivo de restauro. Que possamos abraçar e cuidar do Palácio Antônio Lemos”, recomenda o engenheiro.

Mestres da restauração

O mestre de obras Ismael Lopes disse ser um momento marcante na sua vida fazer parte da restauração. “Nós iniciamos essa obra em 2021 e agora no início de 2024 nós estamos terminando no dia 12. Nós vamos entregar ela com muito êxito, com a parceria do pessoal do Mabe”, afirmou.

A auxiliar de serviços gerais Cinthia Gabriela disse que sente gratidão por estar trabalhando em um prédio tão importante para a cultura e história da cidade. “Aqui serão tomadas muitas decisões importantes pro povo de Belém, então me sinto muito grata de poder conhecer por dentro cada detalhe desse prédio histórico e maravilhoso pra nós”.

Já na parte administrativa, Franci Lacerda, também disse estar orgulhosa. “A sensação que a gente tem é de puro orgulho de poder participar dessa obra, poder restaurar a memória do povo e a gente fica muito feliz e orgulhosa de poder participar. Tá todo mundo muito ansioso e estamos prontos para entregar esse grande presente para o povo de Belém”.

O Mabe

A diretora do Museu de Arte de Belém (Mabe), Nina Matos, informou que o acervo da instituição é proveniente do período de Antônio Lemos, quando o intendente passou a adquirir obras com as quais ele intencionava formar a pinacoteca municipal. “O acervo surge com a tela ‘Os Últimos Dias de Carlos Gomes’ e atualmente é composto de várias obras contemporâneas. É um acervo em expansão”, explica. 

Nina também enfatiza que a todo momento a equipe trabalha com políticas de aquisição. “O acervo é um organismo vivo de um museu, é através dele que a gente comunica, é através dele que a gente passa conhecimento e que a gente pode atender e falar com a comunidade”, esclarece.

Em 2024 o Mabe completa 30 anos e reabrirá as portas com duas exposições especiais, sendo uma delas “Belém no acervo Mabe”, com obras inspiradas em trechos de um poema do escritor João de Jesus Paes Loureiro. A outra exposição, “Arte na Obra”, será inspirada nos operários que trabalharam na revitalização do Palácio Antônio Lemos.

As exposições que farão parte da reabertura do museu ficarão abertas à visitação até 1º de março. Após esse período, o Mabe recebe uma mostra itinerante do Museu de Arte de São Paulo.

Histórico – Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), o “Palacete Azul”, como é conhecido o Palácio Antônio Lemos, é um patrimônio histórico e cultural, construído seguindo o estilo neoclássico tardio e classificado por alguns especialistas como de estilo imperial brasileiro.

Texto:

Sarah Carneiro

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