Preservar a história de Belém é um dos principais objetivos da obra de reforma e restauração do Palácio Antônio Lemos. Essa é uma das fases mais delicadas da reforma do suntuoso palácio, sede oficial da Prefeitura e do Museu de Arte de Belém (Mabe).
A reforma geral interna do prédio histórico, sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), começou dia 2 de junho, com previsão de conclusão em 18 meses. O custo total da obra é de R$ 26.038.685,95.
A Ordem de Serviço para começo da obra foi assinada em junho pelo prefeito Edmilson Rodrigues e pelo secretário municipal de Urbanismo, Deivison Alves. Em 2021 foi realizada a obra de pintura externa do prédio e restauração do telhado e todo o teto do Palácio Antônio Lemos.
“Esse momento da obra é muito importante, tudo tem que ser minuciosamente estudado e planejado. O piso por exemplo, estamos fazendo o mapeamento completo, antes de iniciar a recomposição e a restauração de todo o madeiramento”, explica a arquiteta, Débora Leite, coordenadora de Patrimônio Histórico da Seurb.
Ela esclarece, que o mesmo procedimento é feito com os lustres, que são estudados antes da retirada e depois é desmontado, catalogado e armazenado em contêineres próprios, lacrados com um selo da Prefeitura/Seurb, e após obra concluída serão colocados de volta ao teto do prédio.
Obra neoclássica
O Palácio Antônio Lemos, também conhecido como “Palacete Azul”, foi projetado em 1860 por José da Gama Abreu, em estilo neoclássico tardio. Em 1883 recebeu modificações pelo arquiteto italiano Antônio Landi.
Em 1911, o então intendente, Antônio Lemos, acrescentou revestimentos, móveis e objetos conforme a moda européia, assinados por mestres como Capranesi, De Angelis e Teodoro Braga, o que torna o palácio uma verdadeira joia da arquitetura do centro histórico de Belém, o que justifica toda intervenção ser muito bem planejada e executada para garantir a preservação de cada importante detalhe.
No interior do Palácio Antônio Lemos/Mabe, lustres em cristal do final do século XIX convivem com pisos confeccionados em madeiras nobres (pau amarelo e acapu), que formam belos mosaico. Restaurá-los é um trabalho tão necessário quanto complexo, segundo o museólogo e antropólogo, Emanoel Fernandes de Oliveira Junior, diretor do Mabe.
“Esse trabalho requer a atuação de uma equipe multidisciplinar formada por diferentes profissionais – engenheiros, arquitetos, conservadores, museólogos –,responsáveis por estabelecer a metodologia mais adequada para a preservação de cada um dos itens, cujas origens e materiais distintos os tornam únicos e, portanto, insubstituíveis”, esclarece Emanoel.
Seurb fiscaliza e acompanha a obra
Diante da complexidade e importância dessa obra de restauro e reforma, a Seurb designou especialistas da diretoria de Obras Civis e Planejamento Urbano e Patrimônio Histórico para acompanhar e fiscalizar a equipe de profissionais envolvida na missão de restaurar o Antônio Lemos.
“Todo o serviço empregado é com mão de obra especializada em restauração de imóveis históricos e obras de arte, como é o caso do Palácio Antônio Lemos, que é orgulho do povo paraense e a joia da cidade de Belém e do estado do Pará”, afirma o fiscal da obra, Pedro Paulo Machado.
Joia – O secretário municipal de Urbanismo, Deivison Alves, explica que exigiu rigor à empresa que ganhou a licitação para contratação de profissionais especialistas e com competência reconhecida em restauração do patrimônio histórico.
“Devolver o Palácio Antônio Lemos completamente restaurado para o povo de Belém é um compromisso do prefeito Edmilson Rodrigues e nós não estamos medindo esforços para isso. Belém e sua gente merecem ter de volta essa joia histórica da arquitetura, abrigando o nosso Museu de Arte e sendo a sede da nossa Prefeitura”, garante.